quinta-feira, 22 de março de 2012

Dermatobiose


Berne ou dermatobiose é uma infecção produzida por um estágio larval, tipo de doença conhecida  da mosca Dermatobia hominis, popularmente conhecida no Brasil como mosca-varejeira, que infecta diversos animais, principalmente bois.Esta mosca possui um hábito de ovoposição distinto das outras, pois ela necessita de outro inseto, que geralmente é também outra espécie de mosca, para levar seus ovos até um hospedeiro. Seu ciclo de vida é basicamente rural, diferenciando-se duas fases: fase doméstica e fase selvagem. A primeira fase acontece entre os animais e os insetos que carregam seus ovos, sendo observado um grande número de animais parasitados; a segunda fase ocorre em áreas de bosque que possui animais domésticos por perto, onde o número de animais infestados e o grau de infestação são baixos.Quando o vetor deposita os ovos na pelagem de um animal, as larvas saem do ovo caminham entre os pêlos, até atingirem a pele, perfurando-a e em seguida, penetrando-a. Após uma semana de parasitismo, a larva já aumentou em oito vezes o seu tamanho, podendo permanecer por até 40 dias ou mais na pele do hospedeiro, crescendo de forma contínua. O orifício por onde houve a penetração da larva continua aberto, para que a larva respire.Os pequenos espinhos que recobrem o corpo da larva causam incômodo e dor ao hospedeiro quando o berne movimenta-se. Caso a larva morra antes do terminar seu ciclo, o orifício por onde esta respirava, fecha-se e o nódulo presente sob a pele pode ser absorvido ou não pelo organismo do hospedeiro.
Tratamento
No caso de hospedeiro humano, a remoção da larva baseia-se em impedir a respiração da larva (por exemplo, com vaselina sólida ou com a colagem de esparadrapo na área do nódulo) e fazer a sua retirada cirúrgica. O berne deve ser morto antes de ser removido. Após, normalmente são procedidas a aplicação de éter iodoformado e a cobertura da lesão. É indicado o uso de vacina antitetânica.
A extração do verme hospedeiro pode ser feita de várias formas, entre elas a asfixia do parasita, cortando o acesso de oxigênio. É comum o uso de um plástico sobre o local em que se encontra a erosão causada pelo parasita, assim, uma vez coberto o local, a larva projeta sua cabeça para fora da pele do hospedeiro em busca de oxigênio, facilitando assim a detecção e remoção da larva.
Em animais, é recomendado o uso de antiparasitário, para facilitar a extração mecânica. a berne é muito encontrada em animais de fazenda que vivem em meio a muita sujeira e moscas contraindo assim o parasita.
Cuidados
Ao notar a presença de tal parasita no corpo de um animal ou de uma pessoa, existem alguns cuidados a serem tomados. É fundamental a procura de ajuda médica para a remoção da larva; caso, em uma tentativa caseira de remoção, o parasita acabe por não ser totalmente removido, é provável a ocorrência de complicações (infecções, por exemplo).
Retirada da larva.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Descoberta nova espécie de planta que enterra as suas sementes


Foi descoberta, na Floresta Atlântica no estado da Bahia, uma nova planta que se inclina para enterrar as suas sementes. A descrição desta espécie, denominada Spigelia genuflexa, foi publicada na revista PhytoKeys.




Esta nova espécie de planta (Spigelia genuflexa) pertence à família das Loganiáceas (Loganiaceae) e foi descoberta no estado da Bahia por Alex Popovkin, um botânico amador.  A especialista Lena Struwe, da Universidade Rutgers, nos Estados Unidos, ajudou Popovkin a identificar e estudar esta planta.
Depois da formação dos frutos, esta planta inclina-se para enterrar os ramos que depositam as  cápsulas de sementes no solo.
Segundo Struwe, há várias razões que podem explicar a evolução da planta para enterrar as suas próprias sementes. “Como apresenta uma vida curta (apenas de alguns meses) e vive em pequenos fragmentos de ambientes adequados a planta-mãe tem maior taxa de sucesso se depositar as sementes junto a si [do que] espalhá-las para ambientes que sejam menos adequados.”
“Uma vez que a planta apenas sobrevive durante uma estação, a planta não irá competir com a descendência o que poderia ser um problema para plantas com vidas mais longas.”
Struwe acrescentou que espécies de plantas que vivem em penhascos também desenvolveram esta capacidade.
Alex Popovkin, de nacionalidade russa, desde o tempo que trabalhou como voluntário nos jardins botânicos da Universidade de São Petersburgo que tinha o sonho de viver nos trópicos e estudar as suas plantas de perto.
Concretizou esse sonho 30 anos depois. Atualmente vive na Bahia e esta planta foi descoberta na sua propriedade. Nos últimos 5 anos já colecionou mais de 800 espécies diferentes “incluindo algumas raras que não eram vistas há mais de 60 anos.”
“Esta história mostra que os cientistas precisam de amadores e naturalistas para ajudar a descobrir a maravilhosa biodiversidade que se desenvolveu na Terra”, refere Struwe. “Todos os dias são descobertas novas espécies, mas muitas mais ainda não são conhecidas.”
Esta descoberta também realça a necessidade urgente de proteger a floresta Atlântica que está sob a ameaça da desflorestação.
Fonte: http://www.bbc.co.uk/