Tornou-se uma notícia mais ou menos corriqueira na mídia de Lima ou da região amazônica: um oleoduto rompeu, depósitos transbordaram, uma barcaça sofreu um acidente e logo, centenas – ou milhares- de litros de petróleo começam a correr pelos campos ou rios, deixando seu escuro rastro no ecossistema tropical.
O último caso aconteceu em 6 de agosto passado, quando um oleoduto da empresa argentina Plus Petrol, localizado em Loreto (região nordeste do país), sofreu dois cortes por onde vazaram pelo menos 1.100 barris do hidrocarboneto. O petróleo não chegou a nenhum rio, mas saiu com tanta força que atingiu as copas das árvores.
O último caso aconteceu em 6 de agosto passado, quando um oleoduto da empresa argentina Plus Petrol, localizado em Loreto (região nordeste do país), sofreu dois cortes por onde vazaram pelo menos 1.100 barris do hidrocarboneto. O petróleo não chegou a nenhum rio, mas saiu com tanta força que atingiu as copas das árvores.
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No vale de Mashiria, também na zona de Loreto, as comunidades Trompeteros e Saramuro foram atingidas quase um mês antes, no dia 10 de julho, por outro acidente onde foram parar no ecossistema centenas de barris da empresa americana Maple.
O dirigente da Federação de Comunidades Nativas do Rio Corrientes, Andrés Sandi, declarou que desde 2006 houve pelo menos 96 derrames. De 290 multas aplicadas entre 2007 e 30 de abril de 2010, só foram pagas 111. De acordo com um estudo ambiental realizado pela ONG Earth Rights, estes acidentes geram problemas de saúde antes inexistentes ou de baixa incidência como pneumonias, diarreias e dores abdominais. Os derrames da empresa Maple teriam provocado estes estragos, que se agravam cada vez que acontece um acidente de maior dimensão.
O dirigente da Federação de Comunidades Nativas do Rio Corrientes, Andrés Sandi, declarou que desde 2006 houve pelo menos 96 derrames. De 290 multas aplicadas entre 2007 e 30 de abril de 2010, só foram pagas 111. De acordo com um estudo ambiental realizado pela ONG Earth Rights, estes acidentes geram problemas de saúde antes inexistentes ou de baixa incidência como pneumonias, diarreias e dores abdominais. Os derrames da empresa Maple teriam provocado estes estragos, que se agravam cada vez que acontece um acidente de maior dimensão.
Derrames de importante magnitude ocorridos na Amazônia Peruana desde 2000 • 2 de outubro de 2002: Mais de 5.500 barris de petróleo da empresa Plus Petrol chegam ao rio Maranhon e seus impactos durariam cerca de 20 anos • 7 de maio de 2007: Em Bagua, derrame de aproximadamente 6 mil barris • 2008: A Federação de Comunidades Nativas do Rio Corrientes responsabiliza Plus Petrol por 18 derrames acontecidos nesse ano • 10 de janeiro de 2009: A chuva faz com que, na comunidade de Barrio Florido, 4 barris de hidrocarbonetos vão parar num barranco onde a população pesca. • 3 de março de 2009: Derrame afeta vários quilômetros e é controlado por funcionários da empresa Maple • 2009: Plus Petrol é acusada por 16 derrames de petróleo acontecidos na bacia do rio Corrientes • 19 de junho de 2010: Encalha a barcaça Sanam III, da Plus Petrol, em Saramuro (região de Loreto). Entre 300 e 400 barris terminam no rio Maranhon • 10 de julho de 2011: Derrame petroleiro no barranco de Mashiria (Loreto), em instalações da empresa Maple • 6 de agosto de 2011: Suposto ato de sabotagem contra a empresa Plus Petrol em Trompeteros (Loreto). Cerca de 1.100 barris são derramados no ecossistema |
Para Daniel Arancibia, da WWF Peru, existem vários motivos pelos quais os derramamentos acontecem: sabotagem (parece ter sido esse o caso de Trompeteros), incidente “telúrico” (um terremoto, deslizamento de terra) e descuido ou antiguidade da estrutura.
No coração deste problema também existe um movimento crescente e ameaçante: 70% da Amazônia peruana está loteada com fins de exploração de hidrocarbonetos, inclusive com sobreposições em áreas protegidas ou reservas indígenas. No Peru é possível realizar exploração petroleira em uma Reserva Nacional, mas não em um Parque Nacional.
Prevenção e controle
A sensação de risco prevalece entre as pessoas que vivem na Amazônia (indígenas ou colonizadores) e entre os frágeis, porém ricos ecossistemas. Como diz Johana Deza, também da WWF, “não existe um controle adequado” que permita prever, controlar ou antecipar a magnitude do risco. O próprio Hugo Cabieses, atual vice-ministro de Desenvolvimento Estratégico dos Recursos Naturais, admite que o Peru ainda não tem “uma política de resposta rápida e imediata” frente a estes derrames. Uma saída seria realizar um plano de monitoramento de todas as instalações petroleiras do país, não só amazônicas, mas isso não parece estar nos planos do governo. Enquanto esta situação não se resolver o petróleo continuará fluindo, de tempos em tempos, pelos rios da já vulnerável Amazônia.
Prevenção e controle
A sensação de risco prevalece entre as pessoas que vivem na Amazônia (indígenas ou colonizadores) e entre os frágeis, porém ricos ecossistemas. Como diz Johana Deza, também da WWF, “não existe um controle adequado” que permita prever, controlar ou antecipar a magnitude do risco. O próprio Hugo Cabieses, atual vice-ministro de Desenvolvimento Estratégico dos Recursos Naturais, admite que o Peru ainda não tem “uma política de resposta rápida e imediata” frente a estes derrames. Uma saída seria realizar um plano de monitoramento de todas as instalações petroleiras do país, não só amazônicas, mas isso não parece estar nos planos do governo. Enquanto esta situação não se resolver o petróleo continuará fluindo, de tempos em tempos, pelos rios da já vulnerável Amazônia.
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