A Revista Mundo Estranho – edição 117 – comparou os vírus e as bactérias quanto à complexidade, letalidade, resistência, potencial bioterrorista e impacto histórico. Confira cada um destes itens e veja se consegue descobrir o perigo em cada um dos microorganismos.
Complexidade
Vírus: partículas incrivelmente simples, os vírus não passam de material genético (DNA ou RNA) e uma capa de proteína. Para muitos cientistas, a simplicidade lhes custa até o “status” de “ser vivo”, pois eles não têm metabolismo próprio, atuando como parasitas e dependendo do potencial bioquímico das células invadidas para poderem se reproduzir.
Bactérias: foram a primeira forma de vida no mundo, encontradas em rochas de quase 3 bilhões de anos. Não são muito complexas (seu núcleo, por exemplo, não é delimitado por uma membrana), mas, diferentemente dos vírus, já são consideradas células.
Letalidade
Vírus: podem invadir nosso corpo por picadas de mosquitos (dengue), saliva (rubéola), vias respiratórias (varíola), sangue, sêmen e secreções contaminadas (hepatite) e até beijo (herpes). O ebola, a Sars e a aids não têm vacina nem cura. Na mais recente pandemiaviral, a de influenza A (H1N1), em 2009, morreram 17 mil pessoas em 213 países.
Bactérias: também se alastram por ar, água, solo e fluidos corporais. Na lista de doenças causadas estão tétano, sífilis e cólera. Em 2008, a tuberculose, causada pelo bacilo de Koch, matou 1,3 milhão de pessoas – quase tanto quanto a aids, do vírus HIV (1,7 milhão). Um surto recente da nova variante da Eschrichia coli atingiu mais de 1,5 mil pessoas.
Resistência
Vírus: os tratamentos são mais complicados por duas razões: primeiro, as terapias antivirais são mais recentes, e, segundo, os vírus se multiplicam essencialmente dentro das nossas células. Nosso sistema imunológico precisa estar em dia para sobreviver – mas o vírus HIV, por exemplo, desengatilha uma síndrome que fragiliza justamente nosso sistema de defesa.
Bactérias: Esporos já foram encontrados – ativos! – no intestino de múmias egípcias. Tanto vírus quanto bactérias podem passar por mutações e recombinações, mas merecem destaque novas linhagens de superbactérias, como a Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC), que causa infecções altamente resistentes aos mais modernos antibióticos.
via Diário da Saúde
Potencial bioterrorista
Vírus: a varíola foi erradicada em 1977. Mas o Orthopoxvirus variolae despertou em 2001, quando novos experimentos geraram um debate sobre seu uso potencial como arma biológica. Em 2007, a OMS passou a pressionar EUA e Rússia a destruir as últimas amostras em laboratório – até agora, sem resultado. A decisão foi adiada para 2014.
Bactérias: No arsenal de armas biológicas, elas são as preferidas. Após o 11 de setembro, os EUA tremeram diante de ameaças com antraz. Com cerca de 90% de letalidade, o Bacillus anthracis rivaliza com o Yersinia pestis, da peste bubônica, e entrou para a lista negra de possíveis patogênicos bioterroristas.
Impacto histórico
Vírus: Entre 1918 e 1919, a influenza do vírus H1N1 causou entre 50 e 100 milhões de mortes no mundo. A pandemia foi batizada de “gripe espanhola“, pois a imprensa desse país foi a primeira a noticiar o surto, enquanto rolava a 1ª Guerra Mundial. Até hoje, a influenza é a doença mais devastadora de todos os tempos.
Bactérias: Duas pragas coloridas que mudaram a humanidade: a peste branca (tuberculose) e a peste negra (bubônica). A primeira conquistou a má fama de mal do século 19, mas ainda é uma das principais causas de morte no século 21. A segunda assolou a Europa, dizimando cerca de 25 milhões de vidas entre 1347 e 1351.
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